Promoção de saúde e qualidade de vida do trabalhador

Este post faz parte da série de transcrições das aulas de Psicologia Organizacional e do Trabalho ministradas pelo Professor André Bruttin no curso de Psicologia da PUC-SP

Ainda estamos trabalhando para melhorar os textos, mas disponibilizamos ele provisoriamente pelo seu valor.

Aula 11

Missão: Colocar o trabalho a serviço da saúde do trabalhador.

Saúde não é apenas ausência de doença, sendo assim,  é nosso papel cuidar da saúde do trabalhador, garantir e zelar para que o trabalho não seja um agente causador de doenças e sofrimento. Devido a nossa profissão como psicólogos, não podemos nos contentar que o trabalho apenas não cause adoecimento, mas é importante, além disso, tornar-lo algo a serviço da saúde daqueles que trabalham. Mas como podemos tornar isso realidade?

Primeiramente, é importante ter um modelo que demonstre como isso pode ocorrer. A psicóloga Carol Ryff apresenta um com proposta muito interessante. Suas primeiras pesquisas tentaram entender quais os fatores que promoviam bem-estar e satisfação na vida do sujeito. Diante disso, ela  identificou 6 eixos fundamentais para a promoção da nossa saúde, caso esses não estejam completos, provavelmente resultará em um individuo insatisfeito. É nosso dever, enquanto psicólogos, fazer com que o trabalho gere continuamente esses 6 elementos como suposto pela Carol Ryff. A seguir, esses serão apresentados com uma breve descrição dos tópicos citados anteriormente:

1) Crescimento: Dificilmente vou dizer que meu trabalho está contribuindo, se ele não estiver proporcionando crescimento para mim, isso no sentido de ampliar meu repertorio e me tornar uma pessoa com maiores competências, que enxergara o mundo de uma perspectiva diferente. Queremos um trabalho que no fim do ano termine de forma diferente de como começou. Portanto, um trabalho que permita nos desenvolver e ver que algo mudou ao longo do processo. Por exemplo, perceber coisas que  aprendi ao longo do ano, o que sei fazer atualmente e que não sabia no começo do ano. É mais do que colocar a música da Enya na sala de trabalho. Não queremos o trabalho repetitivo, pois ele não muda. Um exemplo de seria o Job Rotation, que foi falado anteriormente nas aulas. É necessário propiciar o constante desenvolvimento e transformação da pessoa durante o trabalho.

2) Autonomia: Torna difícil também estarmos satisfeitos se não tivermos autonomia para desempenhar o trabalho. Não ter autonomia é cumprir tarefas que mandam executar. Já ter autonomia significa colocar o nosso estudo e nossa cabeça a serviço do trabalho, ou seja, podemos pensar em resolver  situação. Para isso ensinamos o chefe a passar missão pra os trabalhadores e não tarefa.

3) Projeto de vida: Qual papel eu quero que o trabalhe ocupe em minha vida? O sujeito deve fazer algo que faça sentido para ele. De acordo com seu projeto de vida, aspirações para o futuro e o que quer desenvolver em si. O trabalho deve estar alinhado a esses interesses.

4) Auto aceitação: Precisamos aprender a nos comparar com si mesmo, sem fazer comparações impossíveis, ou seja, não se compara com os outros de forma extrema (achar a grama do vizinho sempre mais verde), antes mesmo de fazer uma comparação com si próprio e aceitar seus limites.

5) Controle do ambiente: É importante estabelecer relacionamentos positivos e controle do ambiente: zelar pra que haja um ambiente harmônico com os colegas de trabalho. Para isso, é importante ficar atento ao recrutamento e seleção dos trabalhadores, eles se dariam bem em determinados ambientes e com tais colegas?

Ações terciárias: ações que focam ou em cuidar do estresse já instaurado ou de quem já adoeceu. Ex. pagar psicólogo, fisioterapia, etc. do funcionário. Counceling é outro exemplo de intervenção terciárias. Salas de massagem, são outro ex. o problema dessas ações como é que são paliativas, não acabam com a raiz do problema.

Ações secundárias: visam convidar o trabalhador a ele adotar hábitos de vida mais saudáveis pra q ele possa enfrentar o dia a dia de uma forma mais saudável. Foco em ampliar ações do sujeito para promoção de saúde. Ex. colocar uma academia na empresa, fazer convenio com academia próxima, patrocinar grupos de pratica esportiva como corrida. Pedir para que a nutricionista do restaurante da empresa faça plantão para dar dicas de alimentação e pedir para alterar o cardápio. Grupos de redução de tabagismo, mas sem dar palestras do estilo os malefícios do cigarro. Algo de fato que funcione. O problema das ações secundarias é dizer que colocamos a culpa no sujeito apenas e não consideramos o redor. Grande parte das empresas param nessas ações secundarias ou terciarias.

Ações primarias: visam atacar as causas geradores de estresse e adoecimento da organização. É a ideal. ex. capacitar o chefe autoritário que causou o estresse no trabalhador, modificar as metas que estão exaustivas, etc.

Diante do que se estuda em saúde do trabalhador, todas essas ações de qualidade de vida visam evitar os problemas que vemos nesta outra aula.

Além de tudo isso, a ação primaria visa colocar o trabalho a serviço da saúde do trabalhador. Precisamos ter os três tipos de investimento: prim. Sec. Terc.

A prioridade é sempre a ação primária porque é o que permite a nos extirpar o problema. O que não deveríamos fazer é a terciaria. Apenas.

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